Negócio de Júlio César à lupa

Júlio César poderá assinar pelo Benfica nos próximos dias – o empresário, Costa Aguiar, chega amanhã a Lisboa -, e O JOGO explica hoje todos os contornos da sua praticamente certa transferência do Restelo para a Catedral. O negócio levará os encarnados a pagar uma verba a rondar os 500 mil euros pelo guarda-redes, sendo que o Belenenses encaixará não menos de 30 por cento deste valor – não dez, como escrevemos na edição de ontem erradamente.

Tudo começa pouco depois do arranque da campanha 2007/08, a segunda de Jorge Jesus no Belenenses. Já com o então presidente Cabral Ferreira doente, Jesus desenvolveu uma relação de grande proximidade com o responsável máximo, e os azuis do Restelo precisavam ainda de encontrar patrocinadores, querendo também alienar oito a nove por cento das acções da SAD, então controladas através de uma SGPS. É aqui que entra o pedido de auxílio a Luís Miguel Henrique, advogado do treinador. Este último conseguiu rapidamente desbloquear os apoios do Farol Design Hotel e da Catedral Automóveis fazendo uso da longa amizade com o empresário João Cristo, ele que estava igualmente disponível para investir forte na SAD belenense a troco de uma posição maioritária.

Os problemas começaram, todavia, em Janeiro de 2008, com o “caso Meyong”. De um momento para o outro, o Belenenses passou a lutar pela manutenção, Carlos Janela foi despedido (Miguel Ferreira assumiu o futebol), e era preciso reforçar a baliza. Jesus já tinha Júlio César referenciado e, quando Costa Aguiar (empresário do guardião) o veio oferecer a Portugal, faltava o dinheiro no Restelo. Foi então que João Cristo avançou para um cenário que só estava previsto para a época 2008/09 e, por intermédio da sua empresa (Silversharp), adquiriu os direitos económicos do jogador (ficou salvaguardada uma parcela a enviar para a SAD do Belenenses em caso de venda). Era esta a única forma de agilizar o processo e fazer um contrato que permitisse ao jogador alinhar pelo Belenenses em 24 horas. O advogado de Jorge Jesus assinou o vínculo como procurador de João Cristo, e Nélson Soares fez o mesmo, como advogado do Belenenses.

Pouco depois, e uma vez que a Silversharp não tinha como objecto social negociações a nível desportivo, foi “transformada” na S-Club Unipessoal, Lda., com o mesmo número de contribuinte na Conservatória do Registo Comercial. O gerente continuou a ser João Cristo e o passe de Júlio César passou a ser pertença de uma das empresas deste fundo.

Com a morte de Cabral Ferreira, em Fevereiro do ano passado, e a tomada de posse de Fernando Sequeira, quase todos os projectos anteriores perderam força, mas João Cristo seguiu como detentor do passe de Júlio César e já tem acordo com os encarnados para a transferência nos próximos dias.

Fonte: O Jogo

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